domingo, 19 de julho de 2015

Legado Romano para a Humanidade

Os conhecimentos deixados por Roma Antiga para as civilizações posteriores, línguas, literatura, direito romano, engenharia, artes, cultura, resumo, alfabeto, números romanos



Introdução

Vários aspectos culturais que surgiram em Roma Antiga foram absorvidos pelos reinos germânicos que foram formados na Idade Média, após as invasões bárbaras dos séculos IV e V. Muitos aspectos culturais romanos foram preservados na Europa Medieval e, a partir do século XVI (época das Grandes Navegações e Descobrimentos), difundidos pela América, África e algumas regiões da Ásia. O legado romano é uma marca fortemente presente nas culturas ocidentais da atualidade, principalmente nas áreas jurídica e linguística.

Legado Romano para a humanidade

Direito

Para administrar o gigante império e ainda criar ordem dentro das cidades, os romanos desenvolveram leis, que deram origem posteriormente aos Códigos Jurídicos. Surgiu assim o Direito Romano que foi usado como base para as futuras sociedades do ocidente, chegando até os dias atuais com, evidentemente, diversas modificações e adaptações.

Havia basicamente três categorias do Direito Romano: Direito Privado (leis voltadas para as famílias); Direito Estrangeiro (leis para os estrangeiros) e Direito Público (leis para os cidadãos romanos). Deste último, surgiu o Código Civil, muito presente nos países ocidentais da atualidade.

Muitas expressões jurídicas usadas atualmente na legislação ocidental (entre elas a brasileira) tem origem no Direito Romano e, por isso, são escritas em latim (língua oficial do Império Romano). Entre elas, podemos citar: habeas corpus, habeas data, ad hoc, stricto sensu, vacatio legis e juris tantum.

Línguas

A língua falada e escrita em Roma Antiga era o latim. Após a queda do Império Romano e a invasão dos germânicos na Europa, várias línguas se originaram do latim. Estas línguas existem até os dias atuais, sendo as principais: Português, Francês, Italiano, Espanhol e Romeno.

Alfabeto e números romanos

O alfabeto romano é utilizado até hoje na maioria dos países do mundo. Até mesmo línguas que não são de origem latina (alemão, por exemplo), utilizam o alfabeto romano.

Os números (algarismos) romanos, criados e utilizados em Roma Antiga, também chegaram até nós. Porém, utilizamos atualmente eles mais para fazer referência aos séculos. O sistema de numeração romana é composto por sete letras, representadas em maiúsculas, do alfabeto latino: I, V, X, L, C, D e M.

Arquitetura e Engenharia

Os romanos desenvolveram várias técnicas arquitetônicas para construir grandes templos, palácios, estádios, aquedutos, anfiteatros e prédios públicos. A eficiência construtiva foi tão grande, que muitos destas construções chegaram até os dias atuais.

Os romanos também se destacaram na construção de estradas, ligando Roma a diversas províncias sob seu controle.

Estas técnicas de arquitetura e engenharia civil foram muito utilizadas pelas sociedades seguintes, sendo que muitas delas estão presentes até hoje nas construções de prédios, casas, igrejas e etc.
Coliseu, Roma
Palatino, Roma

Panteão, Roma

Arco de Constantino

Artes Plásticas

Os romanos foram fortemente influenciados pelas Artes Plásticas da Grécia Antiga. Entre as principais características artísticas dos gregos, que chegaram aos romanos, foi a busca pela reprodução do corpo humano e dos elementos da natureza de forma real. O realismo nas esculturas e pinturas, embora tenha sido deixado de lado na Idade Média, foi resgatado na época do Renascimento e preservado por várias correntes e escolas artísticas posteriores, chegando até os dias de hoje.
                                            
Os tetrarcas, uma escultura de pórfiro, saqueada de um palácio bizantino em 1204 (Veneza)
                                           
Afresco encontrado em Pompeia, hoje no Museu Arqueológico Nacional de Nápoles

                                            

Aspectos Culturais da Roma Antiga

Por meio de conquistas militares, os romanos construíram um vasto império territorial que englobava diversos povos, dos quais assimilaram elementos que influenciaram sua cultura.
Dentre esses povos, destacaram-se os gregos, cuja arte teve grande influência na cultura romana. Costuma-se dizer que Roma conquistou a Grécia pela força de suas armas e a Grécia conquistou Roma pela força de sua cultura.
Apesar da acentuada influência de outros povos, os romanos desenvolveram uma cultura original. Exemplo disso é o Direito Romano, que até hoje serve de referência para o sistema judiciário de muitas sociedades. Além disso, inúmeros idiomas são derivados do latim, como o italiano, o francês, o romeno e o português.
Roma foi o último grande império do mundo antigo.
1. A urbe romana
Roma era uma cidade organizada, com muralhas, túneis, templos, arquedutos, termas, anfiteatros, teatros, arcos, fóruns e muitos outros prédios públicos. Era uma urbe (‘cidade” em latim) bem diferente da pólis grega.
Roma foi a cidade que atingiu maior concentração demográfica em toda a Antiguidade. No século II, ela contava com cerca de 1 milhão de habitantes, e o Império Romano com aproximadamente 54 milhões.
No centro desse império, Roma atraía gente de todas as regiões ocupadas, o que provocava constantes crises de moradia. A falta de espaço forçou a construção de casas de madeira e tijolo cru, de condições muito precárias. Muitas vezes, devido a isso, ocorreram grandes catástrofes provocadas por desabamentos ou incêndios.
Em Roma, existia um espaço público que reunia o Senado, a Assembléia, o mercado, as bibliotecas. Conhecidos como Fórum, era considerado por muitos como o centro do mundo.
Pão e circo
Durante o período Republicano, como vimos, verificou-se intenso êxodo rural em consequencia das guerras de conquistas. Os pequenos proprietários que haviam perdido suas terras dirigiam-se às cidades procurando garantir sua sobrevivência.
Superlotada, as cidades apresentavam muitas dificuldades, como a escassez de moradias e a falta de empregos, pois a maioria das atividades era realizada por escravos.
Sem meios para sobreviver, a população desocupada perambulava pela cidade. O governo, percebendo a possibilidade de revoltas distribuia pão aos pobres e desempregados, além de oferecer gratuitamente grandes e brutais espetáculos. Todas as grandes cidades romanas contavam com um anfiteatro para a realização desses espetáculos.
Com essas medidas, o governo pretendia desviar a atenção da população, evitando a eclosão de revoltas e rebeliões. Essa política, conhecida como pão e circo, estendeu-se também ao período Imperial.
Nos espetáculos, às vezes, gladiadores profissionais lutavam entre si. A vida do derrotado dependia do público presente: se a maioria levantasse o polegar, ele viveria; se o virasse para baixo, seria morto.
Outras vezes, gladiadores, criminosos ou seguidores de religiões perseguidas, como os cristãos, eram lançados a feras esfomeadas.
Alguns espetáculos, principalmente em ocasiões comemorativas, prolongavam-se pelo dia inteiro e mesmo por dias seguidos.
O coliseu, o principal anfiteatro de Roma, podia reunir mais de 80 mil pessoas. Na sua inauguração, conta-se que o imperador Tito sacrificou num só dia mais de 5 mil animais.
Desde o início do século II a.C., os romanos realizavam também espetáculos com feras. Neles, animais selvagens lutavam uns contra os outros; leão contra leão, leão contra pantera ou touro, tigres contra panteras, touros contra ursos e assim por diante.
Para atender às exigências constantes de novos animais, os governadores das regiões conquistadas tinham de organizar frequentes caçadas. Pessoas a pé e a cavalo, armados de dardos, perseguiam animais ferozes e tentavam encurralá-los em áreas cercadas por enormes redes. Em seguida, fechavam os animais em jaulas, para a longa viagem até Roma e outras cidades do império.
Os balneários
Atração popular das cidades romanas eram os balneários (casa de banhos). Nos maiores centros urbanos havia um para cada zona da cidade. Em geral, as pessoas frequentavam os balneários na parte da tarde. Os cidadãos encontravam-se para tratar de negócios ou, simplesmente, para conversar.
O banho era um ritual longo. Passava-se por diversas salas de aquecimento progressivo, para provocar a transpiração. Um ajudante esfregava o corpo do banhista para, depois, ele descer para uma banheira quente. Finalmente, o banho terminava com a imersão em piscina de água fria.
A pessoa nadava um pouco e, em seguida, saía da água para as mãos de um massagista que, com óleo perfumado, massageava-lhe todo o corpo. Nos dias de sol, os frequentadores dos balneários estendiam-se no solarium para um banho de sol.
Os trabalhadores da urbe
Em Roma, como nas demais cidades do império, existiam diferentes tipos de trabalhadores, como carpinteiros, marceneiros, cesteiros, ceramistas, caldeireiros. Toda a produção desses trabalhadores era vendida nas lojas das cidades
É preciso lembrar que grande parte do trabalho na cidade era executada por escravos. Em sua maioria prisioneiros de guerra, eram eles os responsáveis por qualquer tipo de trabalho, desde os artesanais até os domésticos.
2. O Direito Romano
Desde criança, o romano era educado para atender às necessidades do Estado e respeitar as tradições e os costumes. Uma série de normas regia a conduta dos cidadãos tanto na vida familiar como na vida pública. Daí surgiram leis que orientavam as relações entre os indivíduos. Reunidas, essas leis formaram códigos jurídicos, que deram orígem ao Direito Romano.
O Direito Romano dividia-se em duas esferas: a pública e a privada. O Direito público era composto pelo Direito civil, válido para os cidadãos romanos, e pelo direito estrangeiro, válido para os povos conquistados. O Direito privado regulava as relações entre as famílias.
O Direito foi uma das grandes contribuições dos romanos para as sociedades ocidentais. Seus fundamentos adaptados e reelaborados, foram adotados por diversos povos, servindo de base até hoje para muitas sociedades.
3.Literatura, arquitetura e arte
A mais conhecida obra literária dos romanos é Eneida. Ela foi escrita pelo poeta Virgílio, a pedido do imperador Augusto. A intenção de Virgílio em Eneida é glorificar a cidade de Roma. O livro escrito em forma de versos, narra a lenda do herói triano Enéias. Segundo a história de virgílio, Enéias teria fugido para a península Itálica depois da Guerra de Tróia. Lá, teria fundado Alba Longa, o reino pertencente ao avô de Rômulo e Remo, fundadores lendários de Roma.
A Roma declamada por Vírgílio tinha a missão divina de proporcionar paz e vida civilizada ao mundo. O imperador Augusto, por sua vez era o designado pelos deuses para tornar realidade essa missão.
A arte romana foi influenciada tanto por etruscos, um dos povos que ocuparam a península Itálica, quanto por gregos.
Na arquitetura, por exemplo, os romanos herdaram dos etruscos o arco e a abóboda, que aperfeiçoaram, além de desnvolver novas técnicas de construção; dos gregos aproveitaram as colunas. Na escultura, as principais obras romanas foram as estátuas equestre e os bustos.
3. Religião
Entre os romanos, existiam dois tipos de cultos: o familiar e o público.
Os deuses protetores da família eram os Lares. Os bens e os alimentos estavam sob a proteção de divindades especiais, os Penates. Esses deuses eram cultuados pelo chefe da família junto à lareira, onde o fogo permanecia sempre aceso.
Durante as refeições, os romanos espalhavam junto ao fogo migalhas de alimentos e gotas de leite e de vinho, como oferendas às divindades. Com isso, acreditavam conseguir a proteção dos deuses. Nas festas familiares oferecia-se aos deuses o sacrifício de um animal (boi, carneiro ou porco), que depois era dividido entre todas as pessoas da família.
Alem dos deuses ligados à família, havia os que eram cultuados pelos habitantes da cidade. O culto público era organizado pelo Senado. Com ele, os fiéis esperavam obter dos deuses boas colheitas ou vitórias nas guerras.
Também a primitiva religião romana assumiu traços da grega, igualmente, politeista e antropológica. Algumas divindades latinas confundiam-se com as gregas, como Júpiter e Zeus, Juno e Hera, Vênus e Afrodite, Baco e Dionísio, Diana e Artêmis, romanos e gregos respectivamente.

sábado, 18 de julho de 2015

Estrutura Religiosa e Crenças

O cidadão romano tinha uma atitude prática com relação à religião, e acreditava que os deuses controlavam sua vida. Como resultado, este passava uma grande parte do seu tempo adorando-os. Haviam mais de vinte tipos de deuses e deusas e espíritos que eram cultuados a partir da noção de serem zeladores e preservadores de suas vidas, caso fossem tratados de modo correto.
O deus mais importante para os romanos era Júpiter, o rei dos deuses, que governava com sua esposa, Juno, a deusa do céu. Outros deuses importantes eram Marte, Mercúrio, Netuno, Jano, Diana, Vesta, Minerva e Vênus. Na verdade, eles haviam sido assimilados a partir da forte ligação que havia entre o mundo romano e a cultura helenística (de influência grega). Mas, com o passar do tempo, e a expansão do território romano, abrigando uma enorme diversidade de povos e culturas, vários outros elementos, costumes e divindades foram se somando à prática religiosa romana, como por exemplo, as divindades egípcias (com destaque para Ísis) ou persas (o culto de Mitra), ou mesmo as ideias filosófico-místicas dos neo-platonistas.

A religião romana tinha ainda duas faces distintas, porém complementares: havia um culto público, estatal, que exercia influência significativa sobre os acontecimentos políticos e militares, e outro de caráter privado, na qual o chefe de família supervisionava os rituais domésticos e orações. Haviam festivais, de certo modo parecidos com os desfiles, onde ocorriam oferendas, atos e sacrifícios. Ao mesmo tempo haviam as práticas religiosas realizadas pelas famílias, dentro de suas casas. Muitos lares tradicionais romanos contavam com santuários no qual um deus em particular era cultuado como protetor.

O reinado do primeiro imperador romano, Augusto, causou tanto impacto na sociedade romana, que, a partir dele, os imperadores começaram a ser venerados como divindades também. Foi aliás, essa ideia, amplamente apoiada pelo estado, que levou à feroz perseguição dos primeiros cristãos, pois estes se negavam a aceitar outro Deus além do seu (o imperador de Roma).

Com o passar do tempo, o impiedoso sistema de conquista e exploração romano contribuiu para que sua fé não respondesse às questões mais íntimas da maioria da população. O cristianismo, por exemplo, era mais eficiente como resposta a tais questões. Assim, aos poucos, o estado antes baseado em crenças helenísticas, foi aos poucos se tornando cristão, e a antiga religião acabou por ser extinta. O último imperador romano dedicado à preservação da religião romana foi Juliano, o Apóstata (contestador, transgressor, em grego - reinou entre 360 e 363). Seu cognome já dá uma ideia da influência da Igreja Católica, que assim o apelidou devido ao sustento de uma crença que já estava em ampla decadência.

Estrutura Enconômica


A agricultura e a pecuária foram as atividades econômicas que desempenharam, durante muito tempo, um papel muito importante na economia romana – 90% da população vivia no campo.

Os mais ricos possuíam grandes propriedades agrícolas - latifúndios, cultivadas por escravos com trigo, a vinha e a oliveira (culturas mediterrânicas)             
                           

Os escravos ocupavam-se com outras atividades produtivas, tornando-os indispensáveis para a economia e vida romana.
Com a integração de vastos territórios no Império, assistiu-se ao crescimento progressivo do comércio, favorecido pela Paz Romana

As diferentes províncias do Império possuíam recursos diferentes e intensificaram as trocas comerciais entre si, apoiados por uma vasta rede de estradas; rios navegáveis; mar Mediterrâneo (o transporte marítimo era mais seguro e barato).
                           

A Roma chegavam produtos de todo o Império. Este crescimento comercial fez aumentar a produção agrícola e artesanal, assim como, a circulação de moeda.As cidades do Império ganharam dinamismo, em especial os pontos privilegiados de comércio, onde proliferaram as pequenas oficinas artesanais, atraindo os camponeses para as cidades à procura de melhores condições de vida – êxodo rural.
                                
 As cidades constituíam o centro da vida política e administrativa do Império, onde os imperadores e os mais abastados escolhiam para construírem edifícios públicos – balneários, teatros, anfiteatros para atrair habitantes.
                           

No séc. II a.C., existiam em todo o Império cerca de 4000 cidades.
Por este motivo, a economia romana é comercial; urbana e monetária.  

Imagem Esquemática

Organização Social

Composição da sociedade romana e características 

A sociedade romana se baseava numa organização social desigual, assim como muitas sociedades de civilizações antigas. Esta sociedade era estática, pois possuía pouca mobilidade social. Porém, no longo prazo, algumas camadas conquistaram direitos sociais, como foi o caso dos plebeus que, através de sua organização e luta adquiriram direitos políticos.

Além disso, havia muita tensão entre as classes sociais, originando muitas revoltas e conflitos.

A sociedade romana era dividida em cinco grupos sociais distintos:

Patrícios: descendentes das primeiras famílias que povoaram Roma, os patrícios eram proprietários de terras e ocupavam importantes cargos públicos. Considerados cidadãos romanos, possuíam muita riqueza e escravos. No topo da pirâmide social romana, compunham a minoria da população.

Plebeus: formavam a maioria da sociedade romana. A Plebe era composta basicamente por pequenos comerciantes, artesãos e outros trabalhadores livres. Possuíam poucos direitos políticos e de participação na vida religiosa.

Clientes: embora livres, os clientes viviam "presos" aos patrícios, pois possuíam uma forte relação de dependência. Esta classe era formada basicamente por estrangeiros e refugiados pobres. Tinham apoio econômico e jurídico dos patrícios, porém lhes deviam ajuda em trabalhos e questões militares.

Escravos: camada sem nenhum direito social em Roma. Os escravos eram, em sua grande maioria, presos de guerra. Eram vendidos como mercadorias para patrícios e plebeus e não recebiam pagamentos pelo trabalho, mas apenas comida e roupas. Executavam tarefas pesadas e também serviam como serviçais domésticos. Na época do Império Romano, o número de escravos aumentou de forma extraordinária.

Libertos: ex-escravos que obtinham a liberdade por concessão de seus proprietários, por abandono ou até mesmo pela compra própria da liberdade. Geralmente trabalhavam para seu ex dono.

Formação do Povo



Roma, atual capital da Itália, é o centro de onde emergiu um dos mais extensos impérios constituídos durante a Antiguidade. Fixada na porção central da Península Itálica, esta cidade foi criada no século VIII a.C. e contou com diferentes influências culturais e étnicas. Antes de falarmos sobre a criação da civilização romana, devemos assinalar os diversos povos que contribuíram para a sua origem. Entre estes, destacamos os etruscos, úmbrios, latinos, sabinos, samnitas e gregos.

Antes da criação da cidade de Roma, os etruscos se destacavam como uma das principais civilizações da porção central da Península Itálica. Os territórios etruscos alcançavam porções do Lácio e da Campanha. Cerca de doze centros urbanos eram ali distribuídos, estabelecendo uma economia bastante estruturada em razão das intensas atividades comerciais. Esse desenvolvimento se deu também em virtude das boas relações firmadas com os fenícios, fixados na porção norte do continente africano.

A criação de Roma é conhecidamente marcada pela lenda envolvendo os irmãos Rômulo e Remo. Segundo a história descrita na obra Eneida, do poeta Virgilio, o povo romano é descendente do herói troiano Eneias. Sua fuga para a Península Itálica se deu em função da destruição da cidade de Troia, invadida pelos gregos em 1400 a.C.. Após sua chegada, criou uma nova cidade chamada Lavínio. Tempos depois, seu filho Ascânio criou o reino de Alba Longa.

Neste reino ocorreu o enlace entre o deus Marte e a princesa Rea Sílvia, filha do rei Numitor. O envolvimento da princesa com a divindade deu origem aos gêmeos Rômulo e Remo, que deveriam ter direito de reinar sobre Alba Longa. No entanto, o ambicioso Amúlio arquitetou um plano para tomar o governo e, por isso, decidiu lançar as duas crianças às margens do rio Tibre. Rômulo e Remo sobreviveram graças aos cuidados de uma loba que os amamentou e os entregou à proteção de uma família camponesa.

Quando chegaram à idade adulta, os irmãos retornaram para Alba Longa e destituíram Amúlio, logo em seguida decidiram criar a cidade de Roma. Rômulo, que tinha o favor dos deuses, traçou o local onde seriam feitas as primeiras obras da cidade. Inconformado com a decisão do irmão, Remo saltou sobre a marca feita por Rômulo. Em resposta, Rômulo acabou assassinando Remo, tornando-se o primeiro monarca da história de Roma.

Essa explicação mítica é contraposta às pesquisas históricas e arqueológicas que apontam uma hipótese menos heroica sobre as origens de Roma. Segundo especialistas, a fundação de Roma ocorreu a partir da construção de uma fortificação criada pelos latinos e sabinos. Esses dois povos tomaram tal iniciativa, pois resistiam às incursões militares feitas pelos etruscos. No entanto, os mesmos etruscos vieram a dominar a região no século VII a.C.. A partir da fixação desses povos, compreende-se historicamente o início da civilização romana.